Recuando algumas décadas, a realidade da manutenção era baseada sobretudo na utilização do equipamento até à falha ou avaria, por consequência, na manutenção corretiva. Este tipo de estratégia era, na época, geralmente bem aceite. Paulatinamente, alterações a esta estratégia foram sendo introduzidas, agora com intervenções prévias à deteção da falha, baseadas em intervalos fixos de tempo (calendário) ou de funcionamento – manutenção preventiva sistemática – ou com recurso a monitorização contínua ao estado do equipamento ou componente, também de for- ma prévia à deteção da falha – manutenção preventiva condicionada. Da sensibilidade dos autores, atualmente, as estratégias preventivas são consideradas como adequadas pela maioria das organizações.
Não obstante, o rápido desenvolvimento tecnológico a que temos vindo a assistir colocou-nos perante uma realidade que já ninguém duvida que veio para ficar: a Indústria 4.0. O paradigma co-meça, novamente, a alterar-se. O caminho para atingir nas organizações a total vulgarização de uma estratégia de manutenção que siga o princípio de recorrer a previsões extrapoladas da análise e da avaliação de parâmetros da degradação do equipamento ou de um certo componente – manutenção preditiva – começa, portanto, a ser trilhado.
Na senda do que começou no século XVIII com o aproveitamento da energia do vapor, seguido pela utilização da eletricidade – entre outros adventos que aceleraram o ritmo industrial – e, depois, das Novas Tecnologias (à altura), eis que a “velhinha” Revolução Industrial se alimenta de conceitos e formulações novas: a possibilidade de comunicação machine to machine (M2M), permitindo a troca de dados de forma bilateral, o conceito de machine learning (em que os sistemas podem, com base em dados, aprender, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana), a aquisição de informação de forma automática, o tratamento dos dados e consequente análise, entre outras.
Helder Furão e João Nunes Marques
Navaltik Management, Lda.
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